Composto por uma mistura de plantas amazônicas, o chá do Santo Daime é o elemento central de um ritual xamânico herdado da cultura indígena.Depois de diversas pesquisas sobre o assunto, em 2009, iniciou-se um acompanhamento das ações da Unidade de Resgate Flor das Águas Padrinho Sebastião, que focava suas ações na recuperação de moradores de rua que faziam uso intenso de álcool e crack. A Unidade filantrópica agiu no centro da cidade, em especial no bairro do Glicério, de 1996 a 2010.
De acordo com as experiências relatadas pelos participantes do tratamento, o ritual age na construção de ideais morais de cada pessoa e, com isso, indica em que sentido cada um deve agir para modificar sua situação.
Porém, os estudos pondera sobre os riscos do uso do chá. “Pouco se conhece sobre as substâncias presentes no chá. Existe o risco de interação medicamentosa. Ou seja, caso o chá seja ingerido por um paciente que se medica com antidepressivos e outros medicamentos, a bebida pode interagir negativamente com estes remédios, mas pouco se conhece sobre isso”. Além disso, a ingestão do chá implica em fortes náuseas. Para contornar estas reações e adaptar o organismo à bebida, os grupos submetiam os pacientes a dietas e a um retiro espiritual, em uma área arborizada no interior do estado de São Paulo. Ainda assim, Gomes relata que a ingestão do chá xamânico dependia do aval dos membros da Unidade. “Existia uma relação de confiança entre os moradores de rua e os realizadores do projeto. Por conta disso e por acreditarem que nem todas as pessoas estavam prontas para a terapia, nem sempre todos os pacientes podiam ingerir a bebida” O uso ritual-religioso do Santo Daime foi regulamentado no Brasil em 2006. Contudo, seu uso terapêutico necessita de comprovações científicas para constatar a legitimidade e efetividade do tratamento para que seja permitido, de acordo com o estudo.
Por: Gabriela Ferreira
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